Marker

Balaclava

fotografias 35mm
2013

A série BALACLAVA, de Randolpho Lamonier, iniciada durante a Copa das Confederações, em 2013, insere-se na complexidade do mundo atual. O artista recria uma situação delineada no movimento político e social que arregimentou multidões, sem ter exatamente uma ideia centralizadora que se concentrasse em um ideal mobilizador. Nascidos de várias reivindicações, sem levantar uma bandeira partidária específica, esses atos políticos proliferaram-se pelo Brasil e, sem arma em punho, munido de uma máquina fotográfica, Lamonier viajou por Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo para fotografar os Black Blocs, grupos mascarados que se destacavam nas passeatas. Na contracorrente, interessava-lhe menos o que ocorria nas ruas e mais a intimidade daqueles que escondiam seus rostos em meio à massa humana. Apesar de mantida a identidade oculta, a intenção era reverter sentidos substituir (ou esvaziar) o ato violento pelo aconchego do ambiente familiar. Com humor cáustico questionava a ambiguidade dos papéis identitários, diminuía a distância entre o vandalismo e o ato lúdico, quase inocente, de posar para a fotografia.

Extraído de: Poéticas, conversões e territórios da fotografia,
de Mariano Klautau Filho e Marisa Mokarzel.
V Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Belém: Diário do Pará, 2014